Todos Os Capitães Da Seleção Brasileira em Copas do Mundo
O capitão é a principal liderança de um time dentro das quatro linhas. A Seleção Brasileira de Futebol já teve diversos capitães ao longo de sua história, mas apenas 23 atletas tiveram a honra de usar a braçadeira em uma Copa do Mundo. É provável que você seja capaz de citar a maioria deles, devido à importância que essa figura representa.
Neste texto, vamos relembrar todos os jogadores que já foram capitães da Seleção Brasileira na principal competição de futebol do planeta. Vale lembrar que, em algumas edições, houve revezamento ou troca de liderança na equipe verde e amarela.
Preguinho (1930)
Preguinho era o apelido de um famoso jogador de futebol brasileiro chamado João Coelho Netto, nascido em 1905. Ele iniciou sua carreira no Fluminense em 1925, onde atuou por mais de dez anos, sendo este o único clube que defendeu. Pela Seleção Brasileira, também teve uma passagem marcante.
Para se ter uma noção da sua importância para o futebol, Preguinho foi o capitão do Brasil na primeira edição da Copa do Mundo, em 1930, além de ter sido o autor do primeiro gol da Seleção Brasileira na história dos mundiais. Preguinho faleceu em 9 de março de 1979, aos 73 anos de idade.
Martim Silveira (1934)
Na segunda edição da Copa do Mundo, em 1934, Martim Silveira foi o responsável por liderar a Seleção Brasileira dentro de campo. Mas ele teve poucos jogos como capitão. Isso porque o time comandado pelo técnico Luis Vinhaes foi eliminado ainda na primeira fase e ficou na 14ª colocação.
Quatro anos depois, o gaúcho Martim Silveira foi convocado novamente para a competição, mas não ocupou o posto de capitão da equipe. Além da Seleção, o meio-campista brilhou no Botafogo e teve uma passagem pelo Boca Juniors, tornando-se o primeiro brasileiro na história do clube. Ele faleceu em 1972, aos 61 anos de idade.
Leônidas da Silva (1938)
Conhecido como "Diamante Negro", Leônidas da Silva foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Ele ficou famoso por popularizar a jogada conhecida como "bicicleta" no esporte.
Como atacante, Leônidas participou da Copa do Mundo de 1934 e foi o artilheiro da edição de 1938, marcando oito gols e ajudando o Brasil a conquistar o terceiro lugar. Ele também ocupou o posto de capitão da equipe durante a competição. Ao longo de sua carreira, disputou 37 jogos e marcou 37 gols pela Seleção. Ídolo do São Paulo, morreu em 2004, aos 90 anos.
Augusto da Costa (1950)
Nascido em 22 de outubro de 1920, no Rio de Janeiro, o zagueiro e lateral-direito Augusto da Costa quase foi o primeiro brasileiro a erguer a taça da Copa do Mundo. Isso porque ele era o capitão na edição de 1950, quando o Brasil foi derrotado pelo Uruguai na final disputada no Maracanã.
Com a camisa do Brasil, Augusto da Costa disputou o total de 20 jogos, tendo marcado um gol. Ele pendurou as chuteiras três anos depois do Maracanazo para se dedicar à carreira de policial, tendo sido Chefe da Secretaria de Censura. O ex-jogador faleceu em 2004, aos 83 anos, por conta de uma infecção generalizada.
Bauer (1954)
José Carlos Bauer, conhecido como Bauer, ganhou o apelido de "O Monstro do Maracanã" devido às suas impressionantes atuações na Copa do Mundo de 1950, quando teve sua primeira experiência na competição. Embora o Brasil tenha perdido a final para o Uruguai, Bauer foi um dos poucos jogadores que escaparam das críticas e prosseguiu defendendo a Seleção por mais alguns anos.
Aliás, ele foi o escolhido para usar a braçadeira de capitão na edição de 1954. Além de ter sido um grande jogador pela Seleção, Bauer também é lembrado como um dos maiores ídolos do São Paulo. Ele faleceu em 2007, aos 81 anos.
Bellini (1958)
Bellini teve a honra de ser o primeiro brasileiro a levantar a taça Jules Rimet como capitão da Seleção Brasileira campeã mundial em 1958. Seu gesto de erguer a taça com as duas mãos acima da cabeça ficou marcado na história do futebol.
Bellini ainda jogou as edições de 1962 e 1966 e encerrou a trajetória pela Seleção com 58 partidas e oito gols. Durante sua carreira, defendeu o Vasco da Gama, o São Paulo e o Athletico-PR. O ex-jogador morreu em março de 2014, aos 83 anos, tendo seu cérebro doado para estudos sobre doenças neurológicas.
Mauro (1962)
Reserva nas Copas do Mundo de 1954 e 1958, sem ter atuado em nenhuma partida, Mauro estava no auge com o Santos quando foi convocado para sua terceira Copa do Mundo. Durante a concentração, ele desafiou o então treinador do Brasil, Aymoré Moreira, afirmando categoricamente que estava em melhores condições que Bellini e que merecia jogar entre os 11. Deu certo.
O defensor não só assumiu a titularidade em 1962, como também foi nomeado capitão da equipe que conquistou o bicampeonato mundial no Chile. Mauro jogou todos os seis jogos do torneio ao lado de Zózimo. O Brasil sofreu apenas cinco gols na campanha, marcou 14 e saiu vitorioso. O zagueiro faleceu em 2002, aos 72 anos.
Orlando e Bellini (1966)
Na campanha decepcionante da Copa do Mundo de 1966, o Brasil teve dois capitães: Orlando e Bellini, que se revezaram na braçadeira durante os jogos. Infelizmente, a Seleção foi eliminada ainda na fase de grupos.
Orlando já havia participado da Copa de 1958, mas não foi convocado em 1962 por estar atuando no Boca Juniors, da Argentina. Naquela época, jogadores brasileiros que atuavam no exterior não eram convocados para a Seleção. Em 1966, ele voltou a ser convocado após retornar ao Santos. Orlando encerrou a carreira em 1970, aos 35 anos, no Vasco da Gama. Revelado nas categorias de base do clube, o zagueiro faleceu em 2010, aos 74 anos, vítima de um ataque cardíaco.
Carlos Alberto Torres (1970)
Carlos Alberto Torres foi um dos grandes jogadores da história do futebol brasileiro. Ele foi o capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, no México, onde liderou o time rumo ao tricampeonato e ainda marcou um gol na final contra a Itália, na goleada por 4 a 1. O "Capita" foi o último a levantar a Taça Jules Rimet.
Além de ter brilhado com a camisa do Brasil, Carlos Alberto Torres também defendeu vários clubes, como Fluminense, Botafogo, Flamengo, Santos e New York Cosmos, dos Estados Unidos. Como treinador, ele conquistou vários títulos, incluindo o Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, o Campeonato Carioca de 1984, pelo Fluminense, e a Copa Conmebol de 1993, pelo Botafogo. Carlos Alberto Torres faleceu em 2016, aos 72 anos, vítima de um infarto.
Piazza e Marinho Peres (1974)
Em 1974, o Brasil teve mais de um capitão novamente: Wilson Piazza e Marinho Peres. Ídolo do Cruzeiro, Piazza liderou a equipe e foi titular durante a primeira fase do torneio, depois de ter se destacado como zagueiro na conquista do tricampeonato mundial na edição anterior.
Já Marinho Peres ganhou a confiança do técnico Zagallo às vésperas da Copa de 1974 e foi titular absoluto, assumindo a braçadeira após Piazza deixar a equipe titular. Infelizmente, ele não conseguiu levar o Brasil ao tão sonhado título e encerrou sua trajetória como jogador da Seleção em seguida. Por clubes, Marinho se destacou na Portuguesa, no Santos e no Internacional, tendo passado também uma temporada no Barcelona, da Espanha. Após se aposentar como jogador, teve uma longa carreira como treinador.
Emerson Leão e Rivellino (1978)
O Brasil também teve dois capitães na Copa do Mundo de 1978: Roberto Rivellino e Emerson Leão. Um dos grandes armadores que passaram pela Seleção Brasileira, Rivellino participou de três edições. Depois de conquistar a Copa de 70 vestindo a 11, ele foi convocado para os mundiais de 1974 e 1978 para honrar a camisa 10, que um dia foi usada por Pelé. No entanto, durante o torneio de 78, o meia se machucou e passou a ser reserva de Zico.
Assim, Leão também teve a honra de usar a braçadeira durante o torneio. Então no Palmeiras e em sua segunda Copa do Mundo como titular, o goleiro ajudou o Brasil a conquistar o terceiro lugar da competição, que teve a Argentina como campeã e é, até os dias de hoje, considerada uma das edições mais polêmicas da história. Leão é um dos poucos jogadores do futebol brasileiro a terem participado de quatro Mundiais (1970, 1974, 1978 e 1986).
Sócrates (1982)
Líder nato, Sócrates participou de duas Copas do Mundo. Com a seleção de 1982, considerada uma das melhores equipes de todos os tempos, mesmo sem ter conquistado o título, Sócrates foi o capitão e um dos destaques da equipe. Na edição seguinte, já jogando pelo Flamengo, ele também participou, porém, não estava em sua melhor forma, e ficou marcado por ter perdido um pênalti nas quartas de final contra a França, que desclassificou o Brasil.
Por clubes, ele se tornou ídolo do Botafogo e do Corinthians. Sócrates se aposentou em 1984, e faleceu em 2011, aos 57 anos.
Edinho (1986)
Na segunda Copa do Mundo do Brasil sob o comando do técnico Telê Santana, o Brasil teve como capitão o zagueiro Edinho. Ele assumiu a braçadeira depois de ter atuado nas edições de 78 e 82. Edinho encerrou sua carreira na Seleção após a derrota para a França na Copa de 1986, totalizando 87 partidas com a camisa do Brasil - 28 pela Seleção Olímpica e 59 pelo time principal.
Depois de se aposentar dos gramados, trabalhou como treinador e comentarista. Em 2019, assumiu como coordenador técnico do Tombense.
Ricardo Gomes (1990)
Ricardo Gomes foi o responsável por usar a braçadeira na Copa do Mundo de 1990, realizada na Itália, na qual o Brasil acabou sendo eliminado pela Argentina nas oitavas de final. Infelizmente, ele não teve a chance de dar sequência à liderança e buscar o tetra. Uma lesão em um amistoso às vésperas do torneio mundial de 1994 impediu a sua ida para os Estados Unidos, fazendo com que ele não tivesse a chance de ser campeão mundial.
Após encerrar sua carreira de jogador, Ricardo Gomes permaneceu no mundo do futebol como treinador, tendo passado por clubes como PSG, Bordeaux, Vasco, São Paulo, Flamengo e Botafogo. Um AVC sofrido em 28 de agosto de 2011 o afastou da profissão até 2015, quando retornou ao futebol para comandar o Botafogo. Seu último clube como treinador foi o Al-Nassr, em 2017. Em 2021, o ex-zagueiro foi nomeado coordenador técnico interino da Seleção Brasileira.
Raí e Dunga (1994)
Raí começou a Copa do Mundo de 1994 como titular e capitão da equipe que foi tetracampeã do mundo. Ele chegou a marcar um gol de pênalti na estreia contra a Rússia, mas, apesar disso, não vinha em boa fase e acabou perdendo a posição de titular para Mazinho e a braçadeira de capitão para Dunga após a primeira fase.
Foi Dunga, portanto, quem ergueu a taça do tetra, título que encerrou um jejum de 24 anos sem conquistas da Seleção.
Dunga (1998)
Como visto anteriormente, Dunga foi o responsável por levantar a taça do tetra. A partir dali, passou a ser conhecido por sua garra e espírito de liderança. Em 1998, ele manteve a braçadeira na França, quando o grupo brasileiro foi vice-campeão.
Como técnico, o primeiro trabalho foi logo na Seleção Brasileira, em 2006. Nesta passagem, foi campeão da Copa América e da Copa das Confederações. Foi demitido após a eliminação na Copa do Mundo de 2010. Depois treinou o Inter, voltou para um período sem sucesso na seleção até 2016 e agora está afastado da função de treinador.
Cafu (2002 e 2006)
O capitão do penta era para ser Emerson, mas o volante lesionou o ombro direito antes do início da competição, durante um treinamento, e acabou cortado pelo técnico Luiz Felipe Scolari na véspera da estreia contra a Turquia. Sendo assim, a braçadeira ficou com Cafu naquela Copa. Em 2006, mesmo com Emerson de volta à equipe, Cafu seguiu como líder.
Cafu é recordista de partidas pela Seleção Brasileira, com 149 partidas. Durante sua carreira de jogador, fez parte das equipes vencedoras das Copas do Mundo de 1994 e 2002, tendo também participado dos campeonatos de 1998 e 2006. Mesmo depois de ter se aposentado dos gramados, Cafu seguiu bastante ligado ao futebol. Recentemente, o ex-lateral direito foi um dos embaixadores da Copa do Mundo de 2022, disputada no Catar.
Lúcio (2010)
Campeão em 2002, Lúcio voltou a ser convocado na edição seguinte. Na Copa do Mundo de 2010, o zagueiro não apenas seguiu entre os titulares como ainda assumiu o posto de capitão da equipe brasileira. No entanto, o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Holanda, encerrando o sonho do hexa.
Com mais de 100 jogos com a camisa da Seleção. Lúcio também venceu a Copa das Confederações em 2009, com direito a gol do título contra os Estados Unidos. Considerado um dos maiores zagueiros do futebol brasileiro de todos os tempos, o ex-jogador se aposentou em 2020, aos quase 42 anos de idade.
Thiago Silva (2014)
O zagueiro Thiago Silva teve a honra de vestir a braçadeira de capitão da Seleção pela primeira vez em uma Copa do Mundo durante o torneio realizado no Brasil em 2014. No entanto, sua postura durante o mundial foi bastante criticada, principalmente por ter chorado em campo durante a disputa de pênaltis contra o Chile nas oitavas de final.
Vale lembrar que Thiago não jogou na goleada sofrida contra a Alemanha, já que estava suspenso por ter recebido o segundo cartão amarelo na competição. Após a Copa de 2014, Luiz Felipe Scolari deixou o cargo de técnico da Seleção e foi substituído por Dunga, que retirou a braçadeira de capitão de Thiago e concedeu-a a Neymar. Porém, Thiago recuperou a posição de capitão após a chegada de Tite.
Marcelo, Thiago Silva e Miranda (2018)
Na Copa do Mundo de 2018, Tite resolveu fazer um rodízio e promoveu três capitães: Marcelo, Thiago Silva e Miranda. Sendo assim, os três revezaram a faixa nos cinco jogos em que o Brasil esteve em campo durante a competição na Rússia. Na ocasião, a Seleção acabou eliminada depois de perder por 2 a 1 para a Bélgica nas quartas de final
Dos três que dividiram a braçadeira em 2018, apenas o zagueiro Thiago Silva foi convocado novamente para o Mundial do Catar e mais uma vez foi escolhido o capitão.
Thiago Silva (2022)
Em 2022, Thiago Silva foi para sua quarta Copa do Mundo e teve a hora de ser o capitão da Seleção Brasileira pela terceira edição consecutiva. Durante a competição no Catar, o zagueiro superou Cafu e Dunga em número de partidas com a braçadeira verde-amarela em Copas do Mundo.
O camisa 3 também ostenta o recorde de ser o único capitão em três edições diferentes de Copa do Mundo. Ele deixou para trás os próprios Dunga (1994 e 1998) e Cafu (2002 e 2006), além de Bellini (1958 e 1962).