Os Brasileiros Que Conquistaram Medalha Olímpica Em Tóquio
Os brasileiros fizeram bonito em Tóquio! Tanto nos esportes coletivos quanto nos individuas, nossos atletas não decepcionaram, muito pelo contrário. Eles quebraram o recorde de medalhas do país em uma única edição dos Jogos Olímpicos.
A delegação brasileira garantiu 21 pódios, superando os 19 conquistados no Rio de Janeiro em 2016. No total, foram sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze. Com esse desempenho, o Brasil ficou em 12º lugar no quadro geral de medalhas, que também é a melhor posição já alcançada.
Relembre a seguir todos os atletas brasileiros que subiram no pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Rebeca Andrade – Ginástica Artística
Segura, alegre e talentosa, Rebeca Andrade não só conquistou o povo brasileiro como também colocou seu nome na história ao conquistar duas medalhas em Tóquio: uma de ouro e outra de prata. Ao som de "Baile de Favela", o segundo lugar veio na disputa do individual geral da ginástica artística.
Posteriormente, Rebeca consagrou-se como a primeira campeã olímpica do Brasil na modalidade ao terminar a prova de salto em primeiro lugar. Aos 22 anos, a ginasta também é a primeira atleta brasileira a ganhar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas.
Ítalo Ferreira – Surfe
Um dos grandes nomes do surfe mundial agora também é campeão olímpico. O potiguar Ítalo Ferreira fez história no mar de Tsurigasaki ao conquistar a primeira medalha de ouro da modalidade, que estreou nos Jogos Olímpicos nesta edição.
A emocionante final foi disputada contra o japonês Kanoa Igarashi — que havia eliminado Gabriel Medina nas semifinais. Aos 27 anos, Ítalo foi o primeiro brasileiro a garantir o topo do pódio em Tóquio, fazendo com que o Hino Nacional Brasileiro tocasse no Japão.
Ana Marcela Cunha – Maratona Aquática
Aos 29 anos, a baiana Ana Marcela Cunha nadou por 10 quilômetros em águas abertas, superou 24 rivais e conquistou a medalha de ouro na maratona aquática com o tempo de 1h59m30s8. Foi a primeira medalha olímpica de sua carreira. Além disso, a vitória no Odaiba Marine Park fez dela a primeira mulher brasileira a ganhar um ouro na natação.
Ana Marcela Cunha estreou em uma Olimpíada em Pequim-2008, quando tinha apenas 16 anos. Na ocasião, ela terminou em quinto lugar. Em 2016, na edição do Rio de Janeiro, era uma das favoritas, mas, por conta de problemas para se alimentar durante a prova, acabou chegando em décimo lugar. Já em Tóquio, a pentacampeã mundial finalmente conquistou a merecida medalha olímpica.
Isaquias Queiroz - Canoagem
Aos 27 anos, Isaquias Queiroz é um dos maiores medalhistas do Brasil de todos os tempos. No Rio de Janeiro, em 2016, ele já havia se tornado o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição do evento: duas pratas e um bronze. Mas foi no Japão que, além de somar mais uma medalha ao seu currículo, o canoísta baiano enfim se tornou campeão olímpico.
A medalha de ouro veio na prova do C1 1000m da canoagem velocidade, com o tempo de 4m04s408. A prata ficou com o chinês Hao Liu, que fez a prova em 4m05s724. O bronze foi para Serghei Tarnovschi, da Moldávia, com 4m06s069.
Hebert Conceição - Boxe
O brasileiro Hebert Conceição conquistou a medalha de ouro na categoria até 75kg do boxe. O baiano de 23 anos chegou a perder os dois primeiros rounds, mas no terceiro, com um cruzado, derrubou o ucraniano Oleksandr Khyzniak no chão e garantiu a vitória na final.
Hebert Conceição foi o segundo a conquistar o ouro da modalidade para o país. O único pugilista brasileiro antes dele a garantir um ouro olímpico havia sido Robson Conceição, na Rio-2016.
Futebol Masculino
Comandada pelo técnico André Jardine, a seleção brasileira de futebol masculina repetiu o feito da Rio-2016 e se tornou bicampeã olímpica. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, o time passou por Alemanha, Costa do Marfim, Arábia Saudita, Egito e México antes da final. A decisão foi disputada no Estádio Internacional de Yokohama contra a Espanha.
O ouro veio na prorrogação, quando Malcom garantiu a vitória por 2 a 1 para os brasileiros. Agora, o Brasil soma sete medalhas olímpicas no futebol masculino: duas de ouro, três de prata e duas de bronze.
Martine Grael e Kahena Kunze - Vela
Martine Grael e Kahena Kunze ficaram novamente com a medalha de ouro na classe 49er FX da vela. Foi a segunda participação da dupla brasileira em um Olimpíada e a segunda vez que conquistam o topo do pódio. A primeira vez foi no evento realizado no Rio de Janeiro em 2016.
Até então, o Brasil tinha apenas sete bicampeões em edições seguidas dos Jogos Olímpicos: o saltador Adhemar Ferreira da Silva, além das jogadoras de vôlei Fabi, Fabiana, Jaqueline, Paula Pequeno, Sheila e Thaisa.
Pedro Barros - Skate Park
As manobras de Pedro Barros sobre quatro rodas fizeram dele um medalhista olímpico. O atleta brasileiro conquistou a prata no skate park masculino, modalidade disputada no Centro de Esportes Urbanos de Ariake. O atleta catarinense de 26 anos ficou atrás apenas do australiano Keegan Palmer, que terminou em primeiro lugar, e do norte-americano Cory Juneau, dono do bronze.
Já os brasileiros Luiz Francisco e Pedro Quintas terminaram a disputa em quarto e oitavo lugar, respectivamente.
Beatriz Ferreira - Boxe
Atual campeã mundial do peso leve e número 1 do ranking em sua categoria, Beatriz Ferreira desembarcou em Tóquio como uma das favoritas e não decepcionou. A pugilista baiana ficou com a medalha de prata na categoria peso leve do boxe feminino. Na grande final, Bia chegou a vencer o primeiro round contra a irlandesa Kellie Harrington, mas foi derrotada por unanimidade nos dois seguintes.
Foi o melhor desempenho do Brasil no boxe feminino em uma edição das Olimpíadas. Até então, o melhor resultado pertencia a Adriana Araújo, medalhista de bronze na categoria peso-leve em Londres-2012, na estreia da categoria feminina no programa olímpico.
Vôlei Femenino
A única medalha do vôlei brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio veio com a seleção feminina. Depois de emendar sete vitórias em sete jogos até a final, a equipe de Zé Roberto não conseguiu superar os Estados Unidos, que venceram pelo placar de 3 sets a 0 com parciais de 25/21, 25/20 e 25/14.
Com o resultado, a seleção feminina de vôlei garantiu sua primeira medalha de prata da história. Até então, o Brasil tinha conquistado dois ouros, em Pequim e Londres, e dois bronzes, em Atlanta-1996 e Sydney-2000.
Kelvin Hoefler - Skate Street
O skatista Kelvin Hoefler foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha para o país em Tóquio. O atleta deixou grandes favoritos para trás, como Nyjah Huston (EUA), e garantiu um lugar no pódio.
Aos 28 anos, Kelvin foi medalha de prata no skate street masculino, modalidade incluída no programa olímpico pela primeira vez. Com 36,15 na grande final, o skatista brasileiro ficou atrás apenas do japonês Yuto Horigomi, que somou 37,18. O americano Jagger Eaton completou o pódio com uma nota geral de 35,35.
Rayssa Leal - Skate Street
Do Maranhão para o mundo! Aos 13 anos de idade, a skatista Rayssa Leal encantou os brasileiros durante os Jogos Olímpicos e ainda garantiu mais uma medalha para o país. Popularmente chamada de "Fadinha do skate", a atleta subiu no pódio depois de ficar em segundo lugar na modalidade street. A prata conquistada na modalidade fez dela a mais jovem medalhista olímpica do Brasil.
Na estreia do skate no programa olímpico, ela foi superada apenas pela japonesa Momiji Nishiya, também de 13 anos. Pâmela Rosa e Letícia Bufoni também representaram o Brasil na categoria, mas acabaram não indo para a final.
Abner Teixeira – Boxe
Nascido em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, o boxeador Abner Teixeira conquistou a medalha de bronze na categoria peso-pesado, entre 81 e 91 quilos, em Tóquio. O pódio veio após uma derrota na semifinal para o cubano Júlio Cesar La Cruz, medalha de ouro no Rio-2016 e quatro vezes campeão mundial.
Vale lembrar que, como o boxe não prevê a disputa pelo bronze, os derrotados na semifinal já garantem o terceiro lugar no pódio.
Alison dos Santos – Atletismo
Com 2 metros de altura e 76kg, Alison dos Santos tem agora em seu currículo uma medalha de bronze nos 400 metros com barreiras. O corredor de São Joaquim da Barra, de 21 anos, cravou 46s72 — um novo recorde brasileiro e sul-americano. No entanto, o norueguês Karsten Warholm foi ainda mais rápido, terminando a prova em 45s94 e estabelecendo um novo recorde mundial. Já a prata ficou com o norte-americano Rai Benjamin, com 46s17.
A conquista de "Piu" fez com que o Brasil quebrasse um jejum de 33 anos. Um brasileiro não subia no pódio em uma prova individual de corrida pista desde a prata de Joaquim Cruz nos 800m e o bronze de Robson Caetano nos 200m no Jogos de Seul, em 1988.
Bruno Fratus - Natação
Aos 32 anos, Bruno Fratus é considerado um veterano das piscinas. Antes de desembarcar em Tóquio para os Jogos Olímpicos, ele já havia conquistado sete medalhas em Jogos Pan-Americanos, sendo cinco de ouro e duas de prata, além de três medalhas de prata e um bronze em campeonatos mundiais. Mas faltava ainda uma medalha olímpica, que veio em 2021.
Em Tóquio, ele ganhou o bronze no 50m livres masculinos, tornando-se o nadador mais velho a conquistar pela primeira vez uma medalha olímpica, O brasileiro ainda protagonizou uma das cenas mais românticas dos Jogos ao beijar a esposa Michelle Lenhardt após o pódio.
Daniel Cargnin – Judô
O judô brasileiro subiu ao pódio pela primeira vez no lendário ginásio Budokan com Daniel Cargnin. Em sua primeira participação em Jogos Olímpicos, o gaúcho de 23 anos conquistou a medalha de bronze com um wazari na categoria peso meio-leve, até 66 kg, após uma luta tensa e bastante disputada contra o israelense Baruch Shmailov.
A medalha de ouro ficou com o japonês Hifumi Abe, enquanto a prata foi conquistada por Vazha Margvelashvili, da Geórgia. A outra medalha de bronze foi para o sul-coreano Baul An.
Fernando Scheffer – Natação
O gaúcho Fernando Scheffer, de 23 anos, surpreendeu muitos brasileiros ao conquistar a medalha de bronze nos 200 metros livres em sua primeira participação nos Jogos. A última medalha olímpica do Brasil nos 200m livre havia sido registrada em Atlanta-1996, com Gustavo Borges.
Nadando na raia 8, Fernando Scheffer fez 1min44s66, somente dois centésimos de segundo de vantagem para o romeno David Popovic. As duas primeiras colocações ficaram com a Grã-Bretanha. Tom Dean ficou com o ouro (1min44s22) e Duncan Scott com a prata (1min44s26).
Luisa Stefani e Laura Pigossi – Dupla De Tênis
Mais uma medalha que surpreendeu até mesmo os mais otimistas. Há duas semanas dos Jogos de Tóquio, Luisa Stefani e Laura Pigossi nem sabiam se participariam do evento. No entanto, elas não só conseguiram a vaga como também derrubaram várias duplas favoritas e deram ao Brasil sua uma medalha de bronze no tênis feminino de duplas.
O pódio veio após uma vitória contra as russas Elena Vesnina e Veronika Kudermetova, de virada, por 2 sets a 1(4/6, 6/4, 11/9). Foi a primeira medalha olímpica do Brasil no tênis.
Mayra Aguiar
Os Jogos Olímpicos de Tóquio também marcaram a carreira da judoca Mayra Aguiar, de 29 anos. Após meses se recuperando de uma grave lesão no joelho, a gaúcha ficou em terceiro lugar na categoria meio-pesado, de até 78 kg, e se tornou a primeira brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em um esporte individual.
Mayra Aguiar já havia conquistado bronze na Olimpíada de Londres-2012 e na Rio-2016. A atleta também é a primeira a fazer isso em três Olimpíadas em sequência.
Thiago Braz – Salto Com Vara
Thiago Braz levou mais uma medalha para casa. Na modalidade salto com vara, o paulista de 27 anos conquistou sua segunda medalha consecutiva, um feito raríssimo no atletismo brasileiro. Depois do ouro na Rio-2016, ele ficou com o bronze em Tóquio ao saltar 5,87m.
A prata da modalidade ficou com o norte-americano Christopher Nilsen (5,97m) e o ouro com o sueco Armand Duplantis, recordista mundial da prova, com 6,02m. Com isso, o recorde olímpico de 6,03m registrado nos Jogos de 2016 segue em poder do brasileiro.