Jogadores Que Defendem Outro País Na Copa Do Mundo da Rússia
A Copa do Mundo 2018 tem algumas seleções que contam com legiões de "estrangeiros". Dos 736 jogadores inscritos na competição deste ano, 80 vão defender seleções que não são a da terra onde nasceram. É mais de 10%!
Apenas dez das 32 seleções que se classificaram para a Copa contam só com atletas nascidos dentro do seu território: Brasil, Alemanha, Colômbia, Coreia do Sul, Inglaterra, México, Panamá, Peru, Suécia e Uruguai. Confira quem são esses jogadores vira-casacas!
Qual a regra?
Nas últimas décadas, a Fifa ajustou a regra e fez com que só fosse possível defender uma seleção principal em jogos oficiais durante a carreira. Isso impede distorções como aconteceu com o ítalo-brasileiro Mazzola, que foi campeão pelo Brasil em 1958 e depois jogou pela Itália em 1962. Outro detalhe: jogadores sem conexão de sangue com um país só podem passar a representá-lo caso tenham vivido ou jogado no local por cinco anos, caso de Mário Fernandes.
O mais estrangeiro
O Marrocos é o campeão nesse quesito. Dos 23 convocados, 17 não nasceram no país africano. São oito franceses, cinco holandeses, dois espanhóis, um belga e um canadense. O projeto marroquino de correr atrás de estrangeiros surgiu a partir do sucesso da Argélia, que teve vários franceses de ascendência argelina na Copa de 2014, no Brasil.
O maior exportador
A França é quem mais exporta atletas. São 26 franceses espalhados por outras seleções. O mais famoso é o atacante Higuaín, da Argentina. Mas qual o principal motivo da Copa 2018 ter tantos atletas nascidos na França? O país é uma porta de entrada na Europa para imigrantes africanos e foi metrópole de Tunísia, Marrocos e Senegal, três seleções que estão na Rússia.
Brasileiros inimigos
O Brasil tem no total 28 representantes no torneio disputado na Rússia. Além dos 23 convocados pelo técnico Tite, outros cinco jogadores nasceram na casa do futebol e não atuam pela Seleção: os zagueiros Thiago Cionek (Polônia) e Pepe (Portugal), o lateral direito Mário Fernandes (Rússia), o da foto, e os atacantes Diego Costa e Rodrigo (Espanha). Confira as peculiaridades de cada um!
Thiago Cionek (Polônia)
O zagueiro Thiago Cionek nasceu em Curitiba em 1986 (32 anos) e conquistou a cidadania polonesa em 2011, após atuar cinco anos no Jagiellonia Białystok: "Meus avós foram imigrantes que foram pro Brasil no início do século 20. E eu fiz o trajeto contrário 100 anos depois. Eu tenho um orgulho muito grande em defender essas cores". Sua primeira participação na seleção da Polônia foi em 2014 em amistosos internacionais. Ele também jogou a Eurocopa de 2016 e as eliminatórias da Copa de 2018 antes de desembarcar na Rússia neste ano.
Pepe (Portugal)
O brasileiro Pepe deixou Alagoas com apenas 18 anos rumo à Portugal. No Brasil jogou apenas no time de base do Corinthians Alagoano. Foi na Europa que construiu sua carreira profissional.Lá passou por Marítimo, Porto, Real Madrid e Beşiktaş. Em 2007, ele recebeu a primeira chance de defender a seleção portuguesa e nunca mais saiu. Com a camisa do país europeu, o zagueiro está em seu terceira Copa do Mundo (2010, 2014 e 2018). A seleção lusa também tem Bruno Alves, que nasceu em Portugal e tem nacionalidade brasileira. Mas ele não entra na lista. Anthony Lopes (França), Raphael Guerreiro (França), Adrien Silva (França), Cédric Soares (Alemanha), William Carvalho (Angola) e Gelson Martins (Cabo Verde) completam a lista.
Mário Fernandes (Rússia)
A seleção anfitriã também tem um representante brasileiro: Mário Fernandes. O lateral-direito nasceu em São Caetano do Sul e chegou a receber oportunidade na Seleção Brasileira. Porém, ele recusou o convite do técnico Mano Menezes para jogar um amistoso de 2011. A recusa aconteceu após ser convocado para disputar o Superclássico das Américas do mesmo ano e não ter jogado um minuto sequer. O atleta chegou ao futebol russo em 2012, obteve a cidadania em 2016 e foi selecionado pela primeira vez no ano passado. Agora está na Rússia!
Diego Costa (Espanha)
Natural de Lagarto, no Sergipe, Diego Costa ganhou destaque como jogador na Europa. Após uma rápida passagem por Portugal, ele se mudou para a Espanha em 2007 e passou a jogar pelo Atlético de Madrid. Ele chegou a defender a Seleção Brasileira em dois amistosos em 2013, contra Itália e Rússia, mas no mesmo ano se naturalizou espanhol. Pouco tempo depois, o atacante enviou uma carta para CBF alegando que gostaria de defender a La Roja. Na Copa de 2014 foi vaiado pelos torcedores brasileiros nos jogos da Espanha.
Rodrigo Moreno (Espanha)
Além de Diego Costa, a Espanha tem outro representante que nasceu no Brasil: Rodrigo Moreno. O atacante do Valencia é filho do ex-jogador Adalberto, nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou muito novo para a Espanha, quando o pai foi jogar no país europeu. Nunca mais voltou ao seu país de origem e agora defende a seleção espanhola na Copa do Mundo 2018.
Outros com cidadania brasileira
Outros jogadores brasileiros estarão na Copa do Mundo da Rússia, mas sem terem nascido no Brasil: Bruno Alves (Portugal), o da foto, Thiago Alcântara (Espanha), Celso Borges (Costa Rica) e os irmãos Jonathan dos Santos e Giovani dos Santos (México). Os cinco atletas têm nacionalidade brasileira, mas não nasceram por aqui. Confira mais jogadores importantes que atuam por seleções de outros países.
Thiago Alcântara (Espanha)
Filho de Mazinho, tetracampeão mundial com o Brasil em 1994, Thiago Alcântara tem cidadania brasileira e atua pela Espanha, mas na verdade nasceu em San Pietro Vernotico, na Itália. Ele morou no Rio de Janeiro com os pais parte da infância, mas foi cedo para a Espanha para jogar nas categorias de base do Barcelona. Identificado com a cultura espanhola, escolheu o país europeu para defender. Já disputou Eliminatórias, a Eurocopa de 2016 e agora está na Rússia para jogar a Copa do Mundo.
Rakitic (Croácia)
O meia do Barcelona nasceu e foi criado na Suíça e chegou a defender a seleção de base do país. Porém, em 2007, ele decidiu jogar pela seleção da Croácia ao ser convencido pelo então treinador desta, Slaven Bilić. Ele está em sua segunda Copa. Além dele outros três jogadores fazem parte do grupo croata, mas nasceram em outro país: Dejan Lovren (Bósnia e Herzegovina), Vedran Corluka (Bósnia e Herzegovina) e Mateo Kovacic (Áustria).
Raheem Sterling (Inglaterra)
O atacante do Manchester City nasceu em Kingston, capital da Jamaica, mas foi para a Europa com apenas cinco anos de idade junto com a mãe. Com 16 anos, passou a ser chamado para as categorias de base da Inglaterra. Sua estreia pela equipe profissional foi em novembro de 2012 em um amistoso contra a Suécia. Aos 23 anos, disputa sua segunda Copa do Mundo.
Higuaín (Argentina)
O atacante da seleção argentina nasceu em Brest, na França, mas foi criado na América do Sul. Em 2006, ele chegou a ser convocado para jogar na seleção europeia, mas recusou o chamado. Em 2010, foi convocado por Maradona para um amistoso contra a Alemanha. E desde então o atacante da Juventus é um dos principais atletas da Argentina.
Fernando Muslera (Uruguai)
O goleiro do Galatasaray nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1986, mas é filho de uruguaios. Seus pais voltaram para o Uruguai quando ele tinha apenas oito meses de idade, tendo assim dupla nacionalidade. Sua primeira convocação foi em 2009, depois foi titular do time que disputou a Copa do Mundo de 2010. No ano seguinte, ficou marcado por defender o pênalti que culminou na eliminação da anfitriã Argentina da Copa América de 2011. Agora está em sua terceira Copa (2010, 2014 e 2018).
Tunísia e Senegal com seus franceses
Depois de Marrocos, Tunísia é a que mais tem "estrangeiros". O país tem nove jogadores franceses em seu elenco: Syam Ben Youssef, Yohan Benalousane, Sif-Eddine Khaoui, Anice Badri, Wahbi Khazri, Dylan Bronn, Ellyes Skhiri, Mouez Hassen e Naim Sliti. Senegal também tem nove, sendo oito franceses e um espanhol. Os que nascerem na França: Abdoulaye Diallo, Kalidou Koulibaly, Salif Sané, Moussa Sow, Alfred N'Diaye, M'Baye Niang, Lamine Gassama, Youssouf Sabaly. O espanhol é Keita Baldé.
Suíça, Sérvia e Costa Rica, os inimigos dos Brasil
A Suíça aparece na sequência com oito atletas nascidos em outro lugar: Francois Moubandje (Camarões), Breel Embolo (Camarões), da foto, Yvon Mvogo (Camarões), Blerim Dzemaili (Macedônia), Gelson Fernandes (Cabo Verde), Johan Djourou (Costa do Marfim), Xherdan Shaqiri (Kosovo) e Valon Behrami (Kosovo). Outra seleção que está no caminho do Brasil, a Sérvia tem cinco jogadores naturalizados: Milinkovic-Savic nasceu na Espanha, Milan Rodic e Luka Jovic são da Bósnia. Os suíços Alesksandar Prijovic e Milos Veljkovic completam a lista. A Costa Rica só tem um: Óscar Duarte (Nicarágua).
Quem mais tem estrangeiros
A Nigéria é outra seleção que tem um número significativo de atletas que nasceram em outros país. São eles: William Ekong (Holanda), da foto, Tyronne Ebuehi (Holanda), Bryan Idowu (Holanda) e Leon Balogun (Alemanha). A França tem dois: Samuel Umtiti (Camarões) e Steve Mandanda (Rep. Democrática do Congo). Com o mesmo número, a Islândia está representada na nossa lista por Frederik Schram (Dinamarca) e Kari Arnason (Suécia). A Austrália é mais uma a ter dois forasteiros: Milos Degenek (Croácia) e Daniel Arzani (Irã).
Eles aumentam a lista
Outras seleções têm algum "estrangeiro" no elenco. O japonês Sakai é na verdade... norte-americano! O jogador do Hamburgo nasceu nos Estados Unidos, mas defende a seleção nipônica. O Irã tem um jogador europeu no time. Saman Ghoddos nasceu na Suécia. Já o Egito desembarcou na Rússia com um inglês no elenco. Sam Morsy nasceu na Inglaterra, mas seu pai é egípcio. Quem também tem um representante de outro país é a Dinamarca: Pione Sisto (Uganda).