Fatos E Curiosidades Sobre A Craque Marta
O futebol feminino, por incrível que pareça, ainda não é um esporte popular no Brasil. Talvez por ter sido proibido por lei por mais de 40 anos, quem sabe? Mas a alagoana Marta, é uma jogadora de futebol brasileira que tem mais prêmios do que Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, coisa que todo mundo já sabe. Porém, a fantástica carreira dessa atleta é repleta de superações e curiosidades e algumas das quais veremos na sequência a seguir. Não deixe de conferir!.
Primeiros anos
Na cidade de Dois Riachos, no dia 19 de fevereiro de 1986, depois de uma das mais severas secas sertanejas, nasceu Marta Vieira da Silva, a segunda filha mulher de dona Teresa da Silva. E além da seca, Marta enfrentou problemas sérios desde cedo. Com apenas um ano de idade, seu pai, Aldário da Silva, abandonou a família. Dona Teresa passou a criar os quatro filhos com a ajuda da avó paterna de Marta.
Sua nada mole vida
Aos seis anos de idade, Marta passou a acompanhar os primos nas brincadeiras com bola no quintal da avó. A família tinha talento para o futebol: seus primos eram considerados os craques de Dois Riachos, mas em pouco tempo, o talento de Marta superou o de todos, como era a única menina de Dois Riachos a se aventurar com a bola nos pés - e menina jogando bola no sertão alagoano era um tabu e tanto - acabou sendo chamada de mulher-macho, ofendida e caçoada. Se fosse flagrada jogando bola por um dos irmãos, corria o risco de apanhar.
Olé!
Aos 13 anos, Marta já participava de vários torneios locais de futebol como titular de um time masculino, mas foi obrigada a parar quando um treinador rival ameaçou tirar o time de campo se ela jogasse. Não deveria ser o contrário? Pois era medo mesmo e vergonha de perder para uma garota. Quem coordenava o campeonato percebeu o talento da menina e a levou para o Rio de Janeiro. Bastaram alguns minutos com a bola no pé para ser aprovada no Vasco da Gama.
Início da carreira
Marta começou a jogar futebol no juvenil do Centro Sportivo Alagoano (CSA), em 1999 e, como falamos, iniciou a carreira profissional no Vasco da Gama em 2000 aos 14 anos. Após três anos no time cruzmaltino, foi emprestada ao time mineiro do Santa Cruz, onde jogaria por mais duas temporadas, antes de ser negociada pelo time carioca, para defender o Umeå IK, da Suécia. Por este clube, tornou-se muito mais conhecida na Europa e foi se destacando cada vez mais, até ser considerada a melhor jogadora do mundo.
Los Angeles Sol
Em 12 de janeiro de 2009, durante a coletiva de imprensa que aconteceu a premiação dos melhores jogadores do mundo de 2008, anunciou a sua transferência para o Los Angeles Sol dos Estados Unidos. No clube estadunidense, foi artilheira da liga nacional, levando a equipe ao vice campeonato. Em 1 de agosto de 2009, o Santos anunciou sua contratação, por empréstimo por apenas três meses (até o final de 2009).
Santos
Vale a pena lembrar que sua apresentação só aconteceu após o término da Liga de futebol feminino dos Estados Unidos de 2009. Após o período no Santos, onde disputou e venceu a Copa Libertadores Feminina e a Copa do Brasil, ela retornou ao Los Angeles Sol. Em 10 de setembro foi apresentada no clube e sua estreia ocorreu em 16 de setembro, em um jogo amistoso contra o Comercial-MS em Campo Grande. O clube Los Angeles Sol acabou fechando as portas em 2010.
Em disponibilidade
Após o encerramento das atividades do Los Angeles Sol, Marta ficou disponível para o draft (onde os demais clubes escolhem para contratação as jogadores deste clube que encerrou suas atividades). O clube estreante na Liga, Atlanta Beat, após acordo com o St. Louis Athletica, trocou sua posição (recebendo por isso algumas jogadoras). Por sua vez, o St. Louis Athletica selecionou Shannon Boxx, meia da Seleção dos Estados Unidos. A seguir, o Philadelphia Independence selecionou a goleira Karina LeBlanc.
FC Gold Pride
Não estranhe não terem escolhido a Marta logo de cara, afinal os Estados Unidos são tricampeões de futebol feminino e com boas chances de faturar o tetra nessa Copa do Mundo de 2019. Finalmente, o clube do FC Gold Pride escolheu Marta para reforçar sua equipe. Na temporada 2010, foi pela segunda vez consecutiva artilheira da liga, e, dessa vez, levando seu time ao título. Foi a melhor aposta que o FC Gold Pride fez!
Santos, de novo
Em 16 de dezembro de 2010, o Santos apresentou novamente Marta. Foi um contrato de dois meses que podia se transformar num vínculo de um ano, mas isso não aconteceu, pois a diretoria do Gold Pride confirmou que finalizara as negociações para que disputar a Liga de futebol feminino dos Estados Unidos já em 2011 e, por força do regulamento da competição, o clube teria apenas cinco jogadoras brasileiras - Marta e mais quatro. As demais jogadoras seriam dos Estados Unidos.
Western New York Flash e Tyresö FF
Em 26 de janeiro de 2011, Marta foi anunciada como novo reforço do Western New York Flash para a temporada da Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos, a WPS, de 2011. Ela foi apresentada dia 25 de fevereiro e, como era de se esperar, foi campeã.
Em 22 de fevereiro de 2012, foi apresentada como nova jogadora do Tyresö FF com contrato de dois anos jogando com a camisa 12. A respeito, ela comentou: "Minha carreira começou na Suécia e agora eu quero escrever um novo capítulo. Estou feliz e orgulhosa por estar de volta aqui. Eu tenho muito a agradecer à Suécia."
O Tyresö foi campeão sueco em 2012 e vice-campeão europeu na temporada 2013-2014.
FC Rosengård
Após a falência do Tyresö em 2014, Marta foi contratada pelo FC Rosengård, por seis meses, com possibilidade de prorrogação. "Recebi várias ofertas da Europa e dos Estados Unidos, mas ainda tenho fome de títulos, especialmente a Liga dos Campeões", disse em entrevista. "Vejo um grande potencial no Rosengard, uma equipe forte, e vou fazer todo o possível para que se transforme na melhor da Europa", acrescentou. Com a equipe ela foi bicampeã da Liga da Suécia de Futebol Feminino em 2014 e 2015, além de acabar com o vice-campeonato em 2016.
De volta aos EUA
Em 7 de abril de 2017, Marta foi oficialmente anunciada como nova jogadora do Orlando Pride, dos Estados Unidos.
Como curiosidade, vejamos a evolução profissional de Marta, através de seu salário. O primeiro pagamento que recebeu no futebol não era bem um salário. O Vasco lhe dava uma bolsa de R$ 400. Na Suécia, chegou ganhando o equivalente a R$ 3 mil. Hoje, com patrocínios, salário, bônus e propaganda, Marta ganha por mês cerca de US$ 34 mil.
E na seleção?
Logo depois de ganhar um campeonato pelo Vasco, Marta foi convocada para a Seleção Brasileira sub-19. Em menos de dois anos acabou convocada também para a seleção principal. Aos 16 anos jogava pelas duas categorias.
No fim das contas, em 2015, Marta superou a marca de Pelé, até então o maior artilheiro da Seleção Brasileira de Futebol. O rei fez 95 gols, Marta fez 101. Além disso, ela é a única atleta eleita seis vezes a melhor do mundo
Campeã
Marta conquistou, com a Seleção, a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 2003 e 2007, liderando a artilharia da competição com 12 gols nestes últimos. Foi ainda medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008.
Em 27 de setembro de 2007, durante a partida de semifinal na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2007, contra os EUA, marcou o gol mais bonito da competição e, para alguns, o gol mais bonito marcado durante toda a existência deste torneio e ajudou o Brasil a chegar pela primeira vez à final dessa competição. O Brasil ficou em 2º lugar e Marta foi escolhida a melhor jogadora da Copa, recebendo o prêmio Bola de Ouro e também foi a artilheira da competição com 7 gols.
Gigante
Em 2015, Marta se tornou a maior artilheira da história da Copa do Mundo de futebol feminino, com 15 gols. Mesmo ano em que se tornou a maior artilheira da seleção brasileira completando 118 gols. Ela superou Pelé que tem 95 gols marcados com a camisa da seleção. Na Copa do Mundo Feminina de 2019, na França, na fase de grupos, no jogo contra a Itália, Marta superou a marca de Miroslav Klose se tornando a maior goleadora em copas do mundo de futebol feminino, com 17 gols, marca jamais alcançada por outra futebolista.
Muitas medalhas
Marta tem cinco medalhas mundiais entre as tantas que conquistou ao longo de sua brilhante carreira. Vale lembrar que aos 14 anos ela já havia sido considerada a melhor jogadora do campeonato brasileiro sub-17.
As medalhas de ouro, duas, conquistou nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007. As outras três são de prata: uma nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, outra na de Pequim, em 2008, e a terceira na Copa do Mundo de 2007, na China.
Imortalizada
Em 2018, Marta deixou a marca dos pés em um molde para ser exposto no Museu do Maracanã. De novo. Em 2007, Marta também teve os pés registrados em uma placa de gesso, mas o objeto sumiu ninguém sabe como. Ainda bem que Marta ainda está por aqui e pode refazer o molde, para alegria de seus fãs! Os seus são os únicos pés de mulher no hall da fama do estádio.
Muitos recordes
No duelo entre Itália e Brasil, pela fase de grupos da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019 marcou seu décimo sétimo gol, consagrando-se como a maior artilheira da Copa do Mundo de Futebol Feminino e também a pessoa com o maior número de gols em Copas do Mundo (entre homens e mulheres). Além disso, é a primeira (e até hoje única) pessoa a marcar em cinco edições diferentes do torneio (considerando homens e mulheres).
Curiosidades
Uma coisa que pouca gente sabe, é que Marta também tem a cidadania Sueca. Mais fácil de saber é que foi homenageada pelo Museu do Futebol em 2015 no projeto Visibilidade para o Futebol Feminino. Apesar de já fazer parte do acervo do museu desde sua abertura, em 2008, na Sala das Copas do Mundo, e na Sala Números e Curiosidades, Marta foi a primeira jogadora, junto com Formiga, a integrar a Sala Anjos Barrocos, que até então era exclusiva de jogadores homens.